Filosofia - 11ºAno

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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Capitulo II : O conhecimento e a racionalidade científica e tecnológica


1. Os problemas do conhecimento

O que é o conhecimento?

A disciplina filosófica que responde a esta questão pode ser designada como epistemologia, gnosiologia ou teoria do conhecimento.

Epistemologia – Conhecimento científico

Gnosiologia ou teoria do conhecimento – Palavras iguais (conhecimento genérico)

Questões principais:

a) O que é o conhecimento?
b) O que podemos conhecer?
c) Como alcançamos o conhecimento?
d) Como definir conhecimento?

Como podemos definir o conhecimento?

Podemos designar o conhecimento como o que se conhece ou o próprio acto de o conhecer.
O conhecimento envolve uma relação sujeito/objecto.

- Cada uma das partes tem uma função específica e invisível: o sujeito apreende o objecto, criando na sua consciência uma imagem do mesmo.

- Ao objecto a função de ser apreendido pelo sujeito.


Mas então o que é o conhecimento?

São frequentemente usadas como equivalentes do conhecimento as expressões “crer” e “saber”.
A definição padrão do conhecimento diz que o conhecimento é a crença verdadeira justificada.


Observar Manual Página 146

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A morte de Sócrates de J. Luís David

A atitude socrática como modelo da atitude filosófica. Método socrático. Ironia e Maiêutica.

1. Sócrates condenado à morte pelo povo de Atenas, prepara-se para beber uma taça de Cicuta, rodeado pelos seus amigos inconsoláveis. Na Primavera de 399 a. C. , três cidadãos atenienses puseram uma acção na justiça contra o filósofo. Acusaram-no de se negar a adorar os deuses da cidade, de introduzir novidades religiosas e de corromper os jovens de Atenas – e tal era a gravidade das suas acusações que foi pedida a pena de morte. Sócrates respondeu com lendária rectidão. Embora lhe fosse concedido em tribunal uma oportunidade de renunciar à sua Filosofia, optara por aquilo que acreditava ser verdade em vez de escolher aquilo que sabia ser popular. Segundo o relato de Platão dirigira-se ao júri em tom de desafio: “ enquanto respirar e for dono das minhas faculdades, nunca deixarei de praticar a filosofia, de vos exortar e de dizer a verdade a todos aqueles que encontro…e assim, meus senhores… quer seja ou não absolvido por vós, sabeis que não vou alterar a minha conduta nem que tenha que sofrer cem mortes”. E assim foi conduzido para uma prisão ateniense tendo a sua morte marcado um momento definitivo na História da Filosofia.
· O bom feitio de Sócrates conquistou a simpatia do guarda da prisão, que aliviou os seus últimos dias permitindo-lhe que recebesse visitas. Surgiu uma multidão de amigos: Fédon, Críton, Critobulo filho de Críton, Apolodoro, Hermógenes, Epígenes, Ésquines, Antístenes, Ctesipo, Menéxeno, Símias, Cebes, Fedondes, Euclides e Térpsion. Não conseguiam disfarçar a sua angústia ao verem um homem que sempre demonstrara grande bondade e curiosidade para com os outros à espera do seu fim como se fosse um criminoso.
Embora a tela represente Sócrates rodeado por amigos desolados, não nos podemos esquecer de que a sua devoção se destacava de um mar de incompreensão e ódio. Quando chegou o dia marcado Sócrates estava sozinho com a calma que lhe restava.

2-Se a pintura me atingia de uma forma tão enérgica, era talvez porque o comportamento que representava contrastava de uma forma tão nítida com o meu próprio comportamento, Em conversas, a minha prioridade era que gostassem de mim, muito mais do que dizer a verdade. Um desejo de agradar levava-me a rir de piadas sem graça, fazendo lembrar um pai na noite de abertura de uma peça escolar. Com estranhos adoptava a maneira servil de um porteiro de um hotel que cumprimenta clientes ricos com um entusiasmo salival nascido de um mórbido e indiscriminado desejo de afeição. Procurava a aprovação de pessoas importantes, e depois de encontros com eles, ficava roído de preocupação pensando se eles me teriam achado aceitável. Quando passava pela alfândega ou passava por carros de polícia, sentia um desejo confuso de que os agentes uniformizados pensassem bem de mim.

- Esta imagem transmite-nos dor, desespero, tristeza, desgraça, o medo e uma grande confusão entre Sócrates e os seus companheiros.

3. Havia muitos que achavam as questões irritantes. Alguns troçavam dele. Havia mesmo quem tivesse vontade de o matar. Na peça de teatro “As nuvens”, representada pela primeira vez no teatro de Dionísio na primavera de 423 a.C., Aristófanes apresentou aos Atenienses uma caricatura do filósofo do seu meio que recusava aceitar o senso comum sem investigar a sua lógica numa atitude insolente. O actor que desempenhava o papel de Sócrates aparecia em palco dentro de um cesto suspenso de um guincho, porque afirmava que a sua mente trabalhava melhor a grandes alturas. Estava mergulhado em pensamento tão importantes que não tinha tempo para se lavar ou realizar as tarefas domésticas, por esse motivo a capa cheirava mal e a casa estava infestada de bichos, mas pelo menos conseguia ter em conta as questões mais fundamentais da vida. Estas questões incluíam exemplos como: quantas vezes o próprio comprimento uma pulga é capaz de saltar? E os mosquitos zumbem pela boca ou pelo ânus? Embora Aristófanes se tivesse esquecido de apresentar os resultados das questões de Sócrates, a audiência deve ter ficado com um sentimento adequado da sua relevância.

4. Mas o filósofo não se preocupava com a impopularidade e a condenação do Estado. Não renegara os seus pensamentos por que outros se haviam queixado. Mais ainda, a sua confiança surgira de uma fonte muito mais profunda do que simples exaltação ou teimosia com aparência de coragem. Usara como único recurso a Filosofia. A filosofia dera a Sócrates convicções que lhe haviam permitido ter uma confiança racional, contrastando com a confiança histérica, sempre que era confrontado com a desaprovação. Na vida e na morte de Sócrates encontramos condições para um cepticismo inteligente.O objectivo de Sócrates pretende que se consiga atingir a sabedoria e aponta a filosofia como caminho.

4- · Como Pensar por si próprio – o método socrático.

Se Sócrates nada escreveu como chegaram até nós as suas ideias?
Platão, seu discípulo, é uma das fontes a que podemos ir “beber” a sabedoria socrática.
Nos primeiros diálogos de Platão chamados “diálogos socráticos” o método socrático é facilmente identificado.

· Método de análise do senso comum

1-Porque razão os outros poderão estar errados? (Ironia)
A correcção de uma afirmação não deverá ser sustentada:
- nem pela maioria
- nem por ter sido ou ser crença de pessoas importantes
- nem por ter sido crença durante muito tempo.

2-Como podemos determinar aquilo que está certo? (Maiêutica)
Uma afirmação correcta é :
- impossível de ser contrariada, ou seja é irrefutável.
- definição mais abrangente e correcta·
Aplicação do método socrático

Refutação

Coloque a possibilidade da afirmação ser falsa.
Será possível alguém ser feliz e não ter muito dinheiro?

Se for encontrada uma excepção a definição deve ser considerada falsa, ou imprecisa.
É possível ser feliz sem ter muito dinheiro.
É possível ser infeliz e ter muito dinheiro.

Gradação da afirmação inicial de modo a integrar a excepção.As pessoas que têm muito dinheiro podem ser consideradas felizes apenas se o dinheiro serviu para tornar feliz o maior número de pessoas possível.

Algumas pessoas que não têm muito dinheiro podem ser consideradas felizes se passaram por situações em que era impossível ser feliz e ganhar muito dinheiro.
O que é a Filosofia e o Filosofar?

As raparigas do meu grupo são a Helena, a Irene, a Marta, a Palmira, a Yolanda e a Zélia; os rapazes, o Ireneu, o Jordão, o Louis, o Ali, o Xavier e eu, o Rafa.Ali é filho de uns imigrantes marroquinos que têm um bar no meu bairro há já alguns anos. Dos outros, uns nasceram aqui, como eu — outros, um pouco mais longe.
Às vezes discutimos acerca das terras de origem dos nossos pais, os costumes, a religião, as diferenças entre uns lugares e outros, e outros assuntos que nos vêm à cabeça. No entanto, nada quebra a nossa amizade, nem sequer o sermos de diferentes equipas de futebol, porque, ao fim e ao cabo, que mais dá…?
— Aí vem ela! — interrompe o Jordão. — É a professora de Filosofia. Vamos lá ver que tal é…Entra, olha-nos durante uns instantes, abre o livro, volta a olhar-nos, fica pensativa como se não soubesse por onde começar... Levanto a mão e pergunto:
— Não vai dizer-nos em que consiste esta matéria? É a primeira vez que temos filosofia. Como são os testes? O que é que temos que fazer para passar?
— Boa pergunta! Filosofia é o que fazem os filósofos, um campo vastíssimo do saber que nasce na Antiguidade. Há problemas e mistérios que causaram espanto ao ser humano e sobre os quais ele anda há séculos a pensar.
Tudo isto que nos inquieta tem relação com a filosofia. Mas, de momento, parece-me mais interessante que penseis em filosofar do que na filosofia. Filosofar é pensar em liberdade, por si mesmo, crítica e criativamente, sem nunca rejeitar tanto os problemas como as soluções.Começamos bem! Não percebi nada! A Marta levantou a mão, talvez lhe peça que esclareça a explicação.
— Eu já pensei muitas vezes sobre: de onde viemos e para onde vamos, ou seja, como começou tudo e se algum dia o nosso universo terá fim… e coisas do género… Isso é que é filosofar? — pergunta a Marta.
— Sim. E outras coisas. Toda a gente pensa. Mas nem todo o pensamento é pensamento filosófico. Este caracteriza-se pela radicalidade das perguntas e pelo rigor crítico. O filósofo suspeita das verdades não provadas e até duvida da verdade provada. Bom… iremos falando disso. Agora preferia falar de como gostaria que fossem as nossas aulas. Queria que conseguíssemos partilhar dúvidas e intuições e ser capazes de nos escutar com atenção e respeito, conscientes de que até as opiniões mais incríveis podem estar certas. Como aconteceu quando uns loucos diziam que a Terra era redonda e girava em volta do Sol.A professora olha-nos e prossegue:
— Na aula, além disso, colocarei dúvidas e forçar-vos-ei a que procureis as vossas próprias soluções. Ajudar-vos-ei, mas o trabalho de aprender será vosso. Portanto, preparai-vos para pesquisar em dicionários, fazer exercícios, trabalhar em equipa, organizar debates… A sério, ninguém chega longe sem esforço. Dizer o contrário é uma fraude. Bom… chega, por hoje. Alguma pergunta?

Ficámos todos mudos e quietos… Não era nada disto que esperávamos. Ninguém pergunta nada. Não esclareci as outras dúvidas, mas não interessa. O que fiquei a perceber foi que esta é uma disciplina muito especial!— Óptimo! Depois de amanhã voltaremos a ver-nos. Até lá, não se esqueçam: filosofar é pensar com liberdade!Neste momento toca a campainha e começamos a sair da aula.

Resume em meia dúzia de linhas o que é, segundo o texto: filosofia, filosofar e pensamento filosófico.

De certeza, já várias vezes te surgiram perguntas difíceis de responder, ou problemas que não são fáceis de resolver. Recorda-as e anota-as numa tabela, resumindo ao lado a resposta que lhes dás .

Acerca de mim

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Sou o Pedro Miguel Santos Silva, tenho 20 anos,nasci a 31 de Outubro de 1992, sou natural de São Sebastião da Pedreira - Lisboa, sou de nacionalidade portuguesa, sou um apaixonado por novas tecnologias e desporto. Por fim quero salientar que sou uma pessoa bastante objectiva.

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